Pombas de Fantasia
. Este hobby, que
inclui duas grandes categorias de pombas - as ornamentais (também
conhecidas como domésticas) e as silvestres - é cheio de detalhes
e exige dedicação, mas gratifica o criador no aspecto estético ou
mesmo no financeiro.
Quem pretende começar uma criação pode escolher entre
essas duas categorias, cujos exemplares são originários de vários
partes do mundo. As ornamentais, derivadas da mesma espécie das
pombas comuns que vemos nas ruas, ganharam características nobres
na plumagem, nas cores e no tamanho em consequência do trabalho
genético. Podem ser mantidas em cativeiro ou em liberdade. Já as
pombas silvestres apresentam espécies variadas, com cores,
tamanhos e hábitos diferentes. Mas todas, necessariamente, devem
ser mantidas em cativeiro.
É fundamental a leitura de bons livros sobre pombos e
consulta a criadores experientes. Aliás, seja qual for sua escolha,
uma boa dica é começar a colecção com um casal de espécies ou
raças não muito caras. Outro ponto importante é a questão
sanitária, uma vez que muitos centros urbanos têm problemas com a
superpopulação de pombas. Soltas nas ruas, elas se alimentam de
quase tudo o que encontram, inclusive lixo. Contaminados e muitas
vezes doentes, tornam-se transmissoras de enfermidades ao homem.
Esse não é o caso das pombas ornamentais ou das silvestres,
mantidas em boas condições de higiene com alimento seleccionado e
fresco.
ORNAMENTAIS
Todas as raças são
originárias da Columbina livia, ave europeia que se espalhou pelo
mundo há centenas de anos e passou a viver com o homem
principalmente nas cidades, onde é alimentada e se abriga nos
telhados e vãos das casas.
A partir dos vários cruzamentos apareceram raças nobres,
com características diversas, e foram formadas famílias cujos
traços passaram a ser isolados e fixados nos acasalamentos. Foi
assim que surgiram as raças puras - designação dada quando todos
os ascendentes (avós e pais) e descendentes (filhos) mantêm as
características desejadas.
As pombas ornamentais dividem-se
em dez grupos:
Pombas de papo.
Apresentam, como o nome já diz, um papo muito proeminente, inflado
para impressionar a fêmea durante o corte.
Pombas-gaivota.
Possuem bico curto, semelhante ao das gaivotas, e são muito
habilidosas com ele.
Pombas-galinha.
As mais famosas são as da raça King, que se caracterizam pelo
tamanho avantajado (chegam a pesar até 1 quilo). São muito
utilizados nos Estados Unidos como aves de corte, para alimentação.
Pombas-carúncula.
Caracterizam-se pela presença da "cerosa", uma espécie de tecido
proeminente, ao redor do bico e dos olhos. As raças mais famosas
são a carrier e a Dragão.
Pombas-cambalhota.
Consideradas verdadeiras acrobatas, são capazes de executar
seguidas cambalhotas durante o vôo e até no chão.
Pombas-de-estrutura.
Sua principal característica é o apuro na plumagem, abundante
principalmente na cabeça, como no caso das raças Peruca e Cabeça
de Mouro.
Pombas-de-forma.
Na aparência são muito semelhantes às comuns, mas chegam a ter 1
metro de envergadura de asa, como a pomba Romano.
Pombas-de-cor.
Destacam-se pelo desenho formado pelas cores da plumagem. Uma das
raças mais conhecidas é o Laore, que pode se apresentar nos tons
branco, preto, vermelho, azul e amarelo.
Pombas-tambores.
Chamam a atenção por um arrulhar que lembra o som de um tambor.
Além disso, apresentam franja, capucho e muitas penas nos pés.
Pombas-de-voo.
Recebem este nome pela altura e pela distância que seus voos
atingem. Podem alcançar até 800 metros de altura, como a raça Alto
voo de Viena, e chegar a 1.500 quilómetros de distância percorrida,
como os Pombos-correios.
Além dessas raças, o
criador poderá adquirir muitas outras, como a Show Homer,
conhecida como Correio de Exposição; Strasser, muito mansa, de
porte grande e que pode ser encontrada em duas cores combinadas;
Cauda de Leque, disponível em diversas tonalidades (a mais
valorizada é a variação "espelho", que combina o preto e branco na
cauda e no corpo); Cacheado, com muitas penas em forma de cacho em
cima das asas.
Geralmente muito dóceis, as pombas ornamentais podem ser
criadas em gaiolas, em viveiros abertos ou em pombais. Normalmente
conhecem a casa, saem para voos diurnos e retornam para comer e
dormir. Costumam permanecer nos arredores da residência, mas para
criá-las soltas é necessário um período de adaptação. Assim que
forem adquiridas, deverão permanecer presas de 15 a 30 dias,
conforme a raça. Ao final desse período é só abrir o viveiro e,
sem assustá-las, deixá-las sair naturalmente. Essa regra só não se
aplica aos Pombos-Correios, capazes de retornar ao ponto de origem
após meses de reclusão.
SILVESTRES
Destacam-se
principalmente pelas cores, variadíssimas. Mas os tamanhos,
diversificados, também chamam a atenção: podem apresentar de 10 cm
a 45 cm de envergadura (medida do bico á ponta da cauda).
Procedentes de diversos países, as pombas silvestres são compradas
de importadores, criadores e lojas. O iniciaste pode escolher
espécies bem em conta. Entre os criadores, essas pombas são
conhecidas pelo género ou pelo nome em inglês, mas algumas já
receberam designação em português. Dentro de cada género são
encontradas várias espécies.
Elas se dividem em dois grupos. As frutíferas que
alimentam-se especialmente de frutas, como a Treron, Ptilinópolis,
Ducula, Nicobar, Gallicolumba e Gora. São mais coloridas, mais
agressivas, mais difíceis de criar e mais caras. O outro é
composto pelas Granívoras, que comem principalmente grãos, como a
Pomba Apunhalada, Máscara de Ferro, Asa Verde do Ceilão, Chinesa
Diamante, Bronzewing e Zebrinha. São mais resistentes, dóceis e as
mais indicadas para iniciastes na criação.
Alimentação: Granívoras - comem em média 45g, oferecidos 1
vez ao dia. Dê uma mistura em partes iguais de grãos secos como
milho, trigo, sorgo, ervilha, arroz com casca e cevada, em menor
quantidade acrescente girassol e soja.
Para evitar falta de sais minerais, junte uma parte de
ração peneirada para galinhas. Frutíferas - dê 2 vezes ao dia
frutas maduras picadas (a base é a banana). Misture com ração para
pássaros até que os pedaços de fruta fiquem "à milanesa" e não
grudem um no outro. Numa vasilha à parte, coloque somente ração
pura.
Instalações: Ornamentais - gaiola para 1 casal com 80 x 80
x 80cm ou viveiro para 6 casais de 2 x 2 x 2m com frente de tela
voltado para o lado onde o sol nasce, todo coberto. No pombal,
prateleiras com divisões de 30 cm de largura; compartimentos, 60cm
de largura x 30 cm de profundidade. Faça um laguinho no chão (piso
de areia), para banhos.
Silvestres - viveiro conforme o tamanho da ave (de 1,5m de
profundidade x 2 de largura x 2 de altura até 4 x 1,5 x 2,5 m).
Parte dele deve ser coberta; a outra parte fica exposta para que a
aves tomem banhos de sol, de orvalho e de chuva.
Acessórios: Ornamentais - os poleiros não podem ser
redondos porque elas pisam com os pés espalmados. Os comedouros e
bebedouros são postos no chão. Silvestres - poleiros redondos (cabos
de vassoura, por exemplo), distantes um do outro para a ave se
exercitar (2 mais altos e 1 mais baixo usado principalmente pela
fêmea para se refugiar caso apanhe do macho). Fixe cantoneiras
rectas na metade da altura do viveiro, com espaço para pouso e
para as vasilhas de comida e água. Coloque um apoio para os potes
de comida na metade da altura do viveiro. Vegetação em abundância,
pois podem fazer ninhos nela. Escolha plantas com folhas grandes
bem resistentes ou com folhas menores (evite as tóxicas). Piso de
areia, palha de arroz.
Reprodução: as pombas são em geral monogâmicas; depois de
formado, o casal não se separa. A reprodução vai de Maio a
Janeiro; em Fevereiro, Março e Abril, período da muda, é
aconselhável separar os casais. Fazem até 6 posturas por ano e a
incubação dura de 17 a 19 dias. Macho e fêmea chocam os ovos: ele
durante o dia e ela à noite. Ambos cuidam do filhote; ela os
alimenta. Ornamentais: os casais permanecem nos viveiros normais.
Põem 2 ovos por postura. Silvestres - quando ficam briguentas no
viveiro colectivo é sinal de que estão entrando em fase de
reprodução. Separe os casais em viveiros individuais. No caso das
frutíferas, coloque a fêmea no viveiro 40 dias depois de
introduzido o macho. A fêmea põe de 1 a 2 ovos por postura.
Ninho: Granívoras - caixa de 25 x 25 x 8cm para cada casal, com
palha, areia e gravetos no fundo. Frutíferas - ninho pronto (cestinha
de palha com tamanho que acomode bem a pomba).
Cuidados gerais: troque a água todos os dias. Não descuide
da higiene: evite acumulo de fezes e para prevenir piolhos
pulverize as pombas com Bolfo (pó não -tóxico encontrado em lojas
de produtos agrícolas e veterinários). Coloque um pouco desse
produto no ninho ante de a pomba botar os ovos. Ornamentais -
adaptam-se bem a todos os climas.
Vermífuga 3 vezes por
ano com remédios à base de piperazina. Silvestres - temperatura
ideal dos viveiros: entre 18° e 28°C.
Bibliografia: Petbrazil.com.br |